terça-feira, outubro 10, 2006

Prefeitura de Uberlândia assume gestão das UAIs Funcionários da Fundação Maçônica serão transferidos gradativamente

POLÍTICA
terça-feira, 10 de outubro de 2006
SAÚDE


RICK PARANHOS - rick@correiodeuberlandia.com.br
MANOEL SERAFIM 4/2/2003


UAI Morumbi deve ser a primeira a ter os funcionários incorporados à Fundação Municipal de
Saúde


A Prefeitura Municipal de Uberlândia (PMU) assumiu desde o início de outubro a gestão definitiva das sete Unidades Atendimento Integrado (UAIs). Um novo contrato firmado com a Fundação Maçônica Manoel dos Santos estabelece a transferência de pessoal e de equipamentos gradativamente ao Município. O cronograma prevê um prazo de cinco anos para transferência dos 2.086 funcionários contratados pela Fundação Maçônica para a Fundação Municipal de Saúde (Funsaúde). Durante 12 anos, as unidades foram administradas pela instituição filantrópica por meio de convênio firmado com o Município, sendo o primeiro assinado pelo ex-prefeito Virgílio Galassi, em 1994.
O novo contrato também põe fim ao impasse gerado pela falta de pagamentos dos valores relativos à isenção patronal que há tempos eram cobrados pela Fundação Maçônica. Já o passivo trabalhista gerado pela transferência dos funcionários será absorvido pela Funsaúde. Assim, a PMU não terá custos, pelo menos neste primeiro momento, com a demissão e a imediata recontratação dos profissionais.
A incorporação dos servidores ocorrerá a cada 120 dias, a partir de 2007. Procurado pela reportagem, o prefeito Odelmo Leão informou que só falaria sobre o assunto em entrevista coletiva a ser convocada ainda esta semana. Mas, segundo informações apuradas pelo CORREIO, em abril do próximo ano, a Funsaúde deve absorver os servidores da UAI Morumbi. Quatro meses depois serão os da unidade do bairro São Jorge ? que tem previsão de ser inaugurada até o fim de novembro e, portanto, os funcionários ainda terão que ser contratados pela Fundação Maçônica. Já os profissionais das UAIs Tibery, Roosevelt e Luizote seguiriam o mesmo cronograma a partir de 2008. E, em 2009, será a vez dos contratados das unidades Pampulha, Planalto e Martins.
Para 2010, restará a transferência dos profissionais dos seis Programas Saúde da Família (PSFs), que também são administrados pela Fundação Maçônica. E a última fase do processo será a realização de um concurso público para regularizar a situação dos servidores que, a princípio, até 2011, continuarão prestando serviços por meio de contrato.
O patrimônio adquirido pela Fundação Maçônica nos 12 anos em que esteve à frente da gestão das UAIs será transferido em comodato para a PMU por 10 anos, renováveis por igual período. São três casas onde estão instalados os Centros de Atendimento Psicossocial (CAPs) - responsáveis pelos atendimentos à saúde mental -, o prédio onde a instituição pretendia instalar o Hospital das Acácias e o mobiliário existente nas unidades.
Novo contrato põe fim ao impasse sobre antiga dívida
A assinatura do contrato teoricamente põe fim à discussão sobre os valores do repasse da isenção patronal que a Prefeitura teria que fazer à Fundação Maçônica. Embora não seja confirmado nem pela instituição nem pela Administração Municipal, acredita-se que este montante esteja estimado em cerca de R$ 30 milhões. A Fundação conseguiu em 1999 o reconhecimento de utilidade pública e, desde então, a PMU deixou de recolher os impostos relativos à isenção patronal para a União e começou a repassá-los à fundação. Por sua vez, a instituição revertia os recursos em melhorias no atendimento à saúde do Município com aquisição de ambulâncias, mobiliário, remédios e reforma da estrutura física das unidades.
Ainda segundo as informações obtidas no documento, a PMU teria assumido que deixou de fazer o repasse desde 2003 e que, caso haja algum problema posterior com o recolhimento dos tributos, seria responsável pelo pagamento dos impostos patronais do período. Segundo estimativas repassadas ao CORREIO, a partir de agora o valor que a Prefeitura terá de recolher mensalmente aos cofres federais será de aproximadamente R$ 800 mil.
Ministério Público
Membros do Ministério Público Federal e Estadual em Uberlândia já solicitaram informalmente à Procuradoria-geral do Município cópias do contrato para analisar o que ficou firmado entre Prefeitura e Fundação Maçônica. Antes da assinatura do contrato, prefeito, secretário de Saúde, representantes da Fundação Maçônica e ainda os promotores de Defesa da Saúde, Lúcio Flávio de Faria; do Consumidor, Fernando Rodrigues Martins; do Patrimônio Público, Luiz Henrique Acquaro Borsari, e ainda o Procurador da República em Uberlândia, Cléber Eustáquio Neves, participaram das discussões. "Nós participamos de várias reuniões anteriores e demos diversas sugestões na área de atuação de cada um dos promotores. Agora fizemos um pedido informal para saber o que ficou acertado e só depois vamos nos pronunciar sobre o assunto", frisou o promotor Lúcio Flávio.
http://www.correiodeuberlandia.com.br/v2/canal.aspx?id=4&data=10/10/2006

segunda-feira, outubro 09, 2006

Lula x Alckmin: primeiras impressões a respeito do debate dos presidenciáveis


Thiago Camargo
Coordenador do Projeto de Assessoria e Informação para a Gestão Pública Democrática.
Advogado e Especialista em Políticas Públicas pela UFMG


O primeiro debate do 2º. turno promovido pela Rede Bandeirantes foi caracterizado por um forte embate entre os candidatos à Presidência da República. Basicamente, a questão ética e a comparação entre os governos (FHC/Alckmin x Lula) foram os eixos das discussões.

Logo no inicio, o candidato Geraldo Alckmin procurou desfazer a imagem presidencial de Lula. De forma até surpreendente, colocou o Presidente Lula na defensiva, atacando duramente o governo, chamando o Presidente de mentiroso e ressaltando as denuncias de corrupção.

Lula, na primeira intervenção, parecia mais nervoso e com raiva. Depois, paulatinamente, começou a ganhar terreno e a envolver o candidato Alckmin. Mesmo colocando o candidato da oposição na defensiva, Lula pecou em pontos importantes. Transpareceu certa arrogância em alguns momentos. Em outros mostrou certa confusão e poderia ser mais direto nas acusações contra Alckmin. Explorou, no entanto, os pontos fracos dos governos tucanos, os bons resultados do governo (com boa fala sobre energia, por exemplo) e, fundamentalmente, falou de forma mais concreta para as pessoas.

Alckmin, por outro lado, mostrou um grande crescimento no plano simbólico. Ganhou “cara de presidente”, mas permaneceu sem conteúdo na apresentação de propostas. Procurou aproveitar os traços arrogantes de Lula, mas em alguns momentos pareceu um candidato paulista, citando siglas que só os paulistas sabem dizer o que significa e que nada dizem à população brasileira. Depois, tentou mostrar-se mais nacional, citando propostas genéricas para o nordeste, como a volta da Sudene e propostas para a área de saúde do Rio.

Quase no final, ambos, competiram bravamente para ganhar o prêmio populista do ano. Alckmin ao dizer que venderá o Aerolula e construirá, com o dinheiro, 5 hospitais. E Lula, ao defender que o caixa 2 e sonegação fiscal sejam transformados em crime inafiançável . Não precisavam falar nada disto.

Em resumo, do ponto de vista eleitoral, o debate não teve vencedores. Na verdade, em debates como o ocorrido, fala-se basicamente para 2 públicos: a) os defensores ardorosos dos candidatos, e b) os indecisos e os que já possuem candidatos mas podem ainda mudar o seu voto. São esses os públicos que os candidatos querem atingir. No primeiro caso, a presença de Lula (com um discurso um pouco mais à esquerda do que se tornou o habitual) e a defesa do governo me parecem ser um ponto a favor do Presidente. Os lulistas ganharam elementos para a defesa do governo e aos militantes de esquerda ficou demarcada, ainda que de forma tênue, a diferença ideológica entre os dois candidatos. No segundo caso, não me parece que o debate tenha dado elementos para melhorar o posicionamento dos candidatos. Quem é Lula permaneceu Lula. Quem é Alckmin permaneceu Alckmin. Quem está indeciso permaneceu indeciso. Talvez, duas percepções, bem subjetivas, podem ter emergido do debate ontem e podem ser exploradas ao longo da campanha. Uma a favor de Alckmin: a consolidação de uma imagem mais parecida com a de um presidente (que ele não possuía nem de perto no inicio da campanha e que Lula ganhou ao longo dos últimos 4 anos). E outra a favor de Lula: a de ser um candidato com mais propostas para governar o Brasil, não se limitando a questões éticas e paulistanas.

Tudo isto, entretanto, são percepções de um debate que, repetimos, não deve interferir nas intenções de voto dos dois candidatos. O debate apenas deixou claro que o 2º. turno das eleições será pautado por acusações de ambos os lados e que as propostas para o Brasil serão um eixo menor na luta política tratava pelo PT e PSDB paulista e que, a cada dia, vem contaminando o resto do país.
Extraido do site: www.cultiva.org.br

quarta-feira, outubro 04, 2006

Conheça a reforma política que a Câmara pode votar

Eis as principais mudanças previstas no projeto de lei 2.679/03:

- Federações partidárias: a lei permite que dois ou mais partidos se unam para disputar eleições. As legendas que se unirem sob o guarda-chuva de uma federação terão de manter a junção por pelo menos três anos. Poderão organizar-se em federações partidos que, na última eleição, tenham obtido no mínimo 2% dos votos válidos para a Câmara e que tenham conseguido eleger pelo menos um deputado em cinco Estados;

- Financiamento público de campanha: as eleições passam a ser financiadas integralmente com recursos do Orçamento da União que, em anos de eleição, incluiria dotação para bancar as campanhas. O valor seria equivalente ao número total de eleitores do país multiplicado por sete. Se a regra estivesse em vigor em 2006, o gasto teria sido de cerca de R$ 880 milhões.

O dinheiro seria distribuído assim: 1% dividido em partes iguais entre todos os partidos registrados no TSE; 14% divididos igualitariamente entre os partidos e federações com representação na Câmara; 85% divididos entre os partidos e federações, proporcionalmente ao número de deputados eleitos na última eleição.

Candidatos e partidos que receberem doações privadas responderão pelo crime de abuso de poder econômico e perderão o acesso ao Fundo Partidário. Doadores privados sujeitam-se ao pagamento de multa em valor equivalente de 5 a 10 vezes o valor doado. Se o doador for uma empresa, além da multa, perderá o direito de participar de licitações publicar e de celebrar contratos com o governo.

- Lista fechada de candidatos: nas eleições proporcionais, em vez de votar nos candidatos, o eleitor votará no partido ou na federação partidária de sua preferência.

Os partidos organização, até 30 de junho do ano eleitoral, uma lista fechada de candidatos. Apurados os votos serão eleitos os candidatos que figurarem nas primeiras colocações da lista, em ordem decrescente.

- Fim das coligações partidárias: o projeto proíbe coligações partidárias nas eleições proporcionais (deputados federais, estaduais e vereadores). As coligações ficarão restritas às disputas majoritárias (presidente, governador e prefeito).

- Cláusula de barreira: a legislação em vigor nas eleições deste ano condiciona o funcionamento parlamentar dos partidos, o acesso ao fundo partidário e ao horário gratuito de rádio e televisão à obtenção nas eleições para a Câmara de pelo menos 5% do eleitorado nacional e no mínimo 2% dos votos em pelo menos nove Estados. O projeto reduz essa exigência. Permite que partidos ou federações que obtenção no mínimo 2% dos votos válidos apurados nacionalmente preservem as regalias parlamentares, o acesso ao Fundo Partidário e ao horário de rádio e TV.

Escrito por Josias de Souza às 02h38

visite o blog do Josias: www.josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br





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