sexta-feira, junho 09, 2006

Atendimento médico na UAI causa indignação: Tempo de espera por consulta e falta de médicos são queixas frequentes

CIDADE
sexta-feira, 9 de junho de 2006
TIBERY
MARGARETH CASTRO
A aposentada Nair Fernandes Garcia, 77 anos, procurou, anteontem, a Unidade de Atendimento Integrado (UAI) Tibery, com fortes dores nas costas. Ela foi atendida por um ginecologista que, ao examinar o seu prontuário e verificar o exame de urina que constava na pasta, receitou um medicamento para infecção urinária. O problema é que a paciente não tinha feito esse exame, mas um raio X.
Indignada com o atendimento médico que recebeu, ela voltou para casa. Ontem, sua filha foi à Prefeitura e registrou o ocorrido na Ouvidoria de Saúde. Mas o caso de Nair Fernandes não é uma situação isolada. As reclamações por mau atendimento nas unidades de saúde são freqüentes, principalmente, quando a estrutura está em reforma, como é o caso da UAI Tibery.
A dona de casa Aparecida Florêncio estava ontem na unidade acompanhando sua filha Carla Florência em sua quarta consulta em menos de 50 dias. "Ela ganhou nenê e está passando muito mal, com vômitos e cólicas. O médico olha, passa remédio e manda para casa. Mas ela não melhora", conta a mãe.
Segundo Aparecida Florêncio, elas já chegaram a esperar quatro horas pelo atendimento. "Aqui sempre foi demorado, mas por causa da reforma acho que piorou muito", conta. A paciência da funcionária pública Railca de Oliveira Gonçalves teve que ser maior. Com dengue há 15 dias, ela está indo à UAI diariamente há uma semana porque não pára de vomitar e ter dor de cabeça. "Já cheguei a esperar 10 horas para ser atendida", diz.
O pior é quando o paciente está com consulta marcada e fica esperando para ser atendida e o médico não vai para trabalhar. A dona de casa Irinéia Barbosa Elias voltou ontem à UAI Tibery porque na semana passada o clínico geral com o qual tinha agendado não apareceu. "A gente fica esperando um tempão para depois avisarem que o médico não vem", diz.
O coordenador das UAIs, Marco Túlio Ferreira, explica que em mil acolhimentos diários é normal um ou outro paciente não ficar satisfeito, mas isso não significa que o atendimento é ruim. Segundo ele, antes de ser especialistas, todo médico tem como formação a clínica geral. No entanto, ele admite que houve negligência por parte do médico que atendeu a aposentada Nair Fernandes. "Faltou humanização. Ele merece uma advertência verbal por não ter dado a devida atenção à paciente", diz.
Marco Túlio diz ainda que o erro foi pontual e que a atitude em procurar a Ouvidoria foi correta. Agora, a Secretaria de Saúde tem um prazo de 30 dias para dar uma resposta por escrito à paciente sobre o ocorrido. O coordenador das UAIs diz que o fato não pode ser justificado pela reforma da estrutura. Ele acredita que pode ter sido um erro de arquivamento, por falta de atenção ao número do prontuário.
Marco Túlio confirma que o atendimento ficou prejudicado em função das obras, mas que, após a conclusão, a UAI Tibery será referência na nova proposta de atendimento que será implantada em todas as unidades. "A oferta de vagas no ambulatório foi reduzida em 30% após o início das obras", diz.
ORIGEM DA REPORTAGEM:
http://www.jornalcorreio.com.br/v2/noticia_ver.aspx?id=15871&data=

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